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Arritmia

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Arritimia

O que é?

Síncope significa “desmaio”, ou seja, ocorre quando existe perda do tônus ​​postural (os músculos ficam fracos e a pessoa cai) e a perda da consciência (a pessoa não se comunica com o ambiente). Aproximadamente metade das pessoas vão apresentar síncope em algum momento da vida. Apesar da maior parte desses episódios ter uma causa benigna ou não-preocupante, alguns desmaios podem ser secundários a doenças cardíacas ou neurológicas. Ao contrário do que geralmente se pensa, um síncope acontece em 95% das vezes por incapacidade do coração em bombear sangue suficiente para suprir a circulação cerebral. Seja a causa primária do coração (mais rara) ou do controle do sistema nervoso sobre o coração e vasos sanguíneos (mais frequente), o efeito é a queda da pressão arterial e consequente diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro.

O primeiro episódio pode ocorrer em qualquer idade, mas os períodos de maior frequência são durante a adolescência, início da vida adulta e por volta dos 40 anos de idade. Síncope na criança muito nova e no idoso são mais preocupantes e devem ser investigadas mais detalhadamente. Nesse sentido, a presença de doença cardíaca conhecida, como “infarto” prévio ou “arritmias”, deve levar o paciente a procurar assistência médica com urgência.

Sintomas associados

Frequentemente um síncope vem acompanhada por outros sintomas. Os “pródromos” ou sintomas que precedem uma crise podem ser:

  • Sensação de calor ou frio
  • Palpitações (batedeira do
  • peito)
  • Náuseas (enjôo) e/ou
  • vômitos
  • Dor de cabeça
  • Dor no peito (principalmente em crianças)
  • Cólicas
  •  Formigamento no corpo
  •  Visão turva ou embaçada
  •  Fraqueza
  •  Falta de ar
  •  Ansiedade
  •  Dificuldade de concentração

Quando a síncope acontece subitamente, sem sinais ou pródromos, o paciente pode se machucar, pois não há tempo para que ele se proteja da queda. Nesses casos, o diagnóstico e tratamento precoces podem evitar traumas físicos, como fraturas, e até acidentes de carro.

Durante a crise, a perda de consciência pode ser de curta duração (menos de 1 minuto) e raramente durar até 1 hora. Nesse período, podem ocorrer também convulsões, que deverão ser informadas ao médico para que seja feita a devida diferenciação entre síncope e epilepsia. Muitos episódios de síncope podem ser acompanhados de convulsão e isso não significa necessariamente que o paciente é portador de epilepsia.

Após o desmaio, o paciente em geral acorda um pouco fraco, mas sabe dizer quem é e onde está, ou seja, está consciente e orientado.

Causas

Na maioria das vezes, a síncope é causada por alguma doença do coração – síncope cardíaca – ou por alteração no controle do sistema nervoso autônomo sobre o coração e vasos sanguíneos – síncope reflexa ou neuro-mediada. O sistema nervoso autônomo é composto por nervos que levam “comandos” do cérebro para vários órgãos do corpo. Raramente a síncope é causada por doença no sistema nervoso central (cérebro).

As principais causas cardíacas são as arritmias, que podem ser de dois tipos: as bradicardias, quando o coração bate muito lentamente, ou as taquicardias, quando o batimento cardíaco está muito acelerado. Infarto, doença de Chagas e outras doenças que enfraquecem o músculo cardíaco, por exemplo, podem levar a arritmias cardíacas.

Em relação à síncope reflexa, a principal representante é a síncope vasovagal. Nesse caso, o desmaio é devido à incapacidade do sistema nervoso autônomo em manter a pressão arterial e o batimento cardíaco frente a estímulos como calor excessivo, emoções fortes, “ver sangue” ou ficar em pé por muito tempo. Em consequência, há uma queda importante da pressão arterial, que pode ser acompanhada ou não de diminuição da frequência cardíaca, e o paciente desmaia.

Investigação

O momento da consulta médica é o mais importante no processo de investigação das causas da síncope. Para o médico, é fundamental o relato detalhado da situação em que o desmaio ocorreu, fatores desencadeantes e outros sintomas associados. Sempre que possível, o paciente deve coletar essas informações com outras pessoas que testemunharam o desmaio. Durante o exame físico, do qual fazem parte a medida da pressão arterial e a ausculta do coração, o médico pode observar sinais sugestivos de doença cardíaca. No entanto, na maioria das vezes, o exame físico é normal.

O eletrocardiograma é um exame essencial na investigação de síncope. Contudo, assim como o exame físico, o eletrocardiograma muitas vezes é normal fora do momento da síncope. Por isso, a monitorização eletrocardiográfica prolongada, como o Holter ou o monitor de eventos, tem boa indicação em casos selecionados. Outros exames que podem ser úteis são o teste de inclinação ou tilt test, o ecocardiograma, o teste de esforço e o estudo eletrofisiológico.

Diagnóstico e Tratamento

Após uma história clínica detalhada e de posse dos exames complementares necessários, o médico pode estabelecer o diagnóstico das causas da síncope. A partir daí, é possível instituir o tratamento específico para a doença, e as diversas opções são: mudanças no estilo de vida e alimentação, prática de exercícios físicos, administração de medicações e ablação por cateter, associada ou não a procedimentos cirúrgicos de pequeno porte, como o implante de marcapasso ou desfibrilador.

Tratamento da Síncope vasovagal

Nos casos de síncope vasovagal, tipo mais frequente de síncope, o paciente tem papel fundamental no sucesso do tratamento. Utilizamos o termo “tratamento”, mas talvez o mais apropriado fosse “controle” da síncope vasovagal. Isso porque não se sabe exatamente onde, no sistema nervoso autônomo, reside o “defeito” que leva à doença. Desse modo, não existe um tratamento específico que cure a síncope vasovagal. Por outro lado, os desmaios podem ser controlados significativamente se o paciente estiver bem orientado e seguir as recomendações médicas. Em alguns casos, é necessário também a utilização de medicamentos pra melhor controle da síncope, o que será abordado em outra oportunidade.

Como evitar o desmaio iminente?

Na maioria das vezes, a síncope é precedida por sintomas iniciais, ou pródromos, como descrito acima. É importante reconhecer esses “sinais” pois, nesse momento, o paciente pode agir e evitar o desmaio. O melhor é que o paciente se deite imediatamente e permaneça deitado por alguns minutos, pois isso impede que a pressão caia muito e o paciente desmaie. Outra medida muito importante é o que se chama de “manobras de contra-resistência”. O paciente realiza as manobras sozinho, na posição deitada, sentada ou em pé. O objetivo aqui é contrair os músculos dos braços e pernas simultaneamente para melhorar o fluxo de sangue para o coração e cérebro. A postura é a seguinte:

  1. Com as mãos entrecruzadas em forma de gancho, puxar os braços como se quisesse soltar as mãos, conforme a figura abaixo:
  2. Com as pernas esticadas e entrecruzadas, pressionar uma contra a outra, conforme a figura abaixo:

Como evitar desmaios futuros?

Após alguns episódios de síncope, o próprio paciente é capaz de reconhecer quais estímulos levam ao desmaio. Por exemplo: ver sangue, medo de agulha, ficar muito tempo parado em pé, ambientes muito quentes, etc. Sempre que possível, deve-se evitar essas situações, e se não houver outro jeito, como por exemplo no caso em que é preciso fazer uma coleta de sangue, é melhor que ela seja feita com o paciente deitado.

É importante também aumentar a ingestão de líquidos e sal. Seu médico deverá informar qual a quantidade ideal para cada caso, levando em consideração a presença de outras doenças. O uso de meias elásticas de média compressão também é útil, principalmente nos dias em que a pessoa ficará parada por muito tempo. As meias devem ser colocadas cedo pela manhã.

Se não houver contra-indicação para atividades físicas, o ideal é exercitar-se 4 a 5 vezes por semana, por no mínimo 30 minutos, priorizando o fortalecimento dos músculos das pernas. No ínicio, é melhor fazer exercícios na posição sentada, como andar de bicicleta por exemplo.

Por fim, mas não menos importante, está o treinamento postural ou tilt training. É uma postura que simula aquela do teste de inclinação ou tilt test. O objetivo aqui é readaptar o sistema nervoso autônomo para que ele responda corretamente no momento em que a pessoa precisar ficar em pé por muito tempo. A postura é a seguinte: com os pés a 20 cm da parede, encostar quadril, ombros e cabeça na parede. Deve-se escolher um local sem objetos pontiagudos ao redor, mas com uma cama ou sofá próximos para que o paciente deite se tiver a sensação de desmaio iminente. A postura deve ser mantida inicialmente por 5 a 10 minutos, com o objetivo de atingir 30 a 40 minutos, duas vezes ao dia.

Fonte: IBA